quarta-feira, 26 de maio de 2010

[1046.] Boa noticia: Miguel Sousa Tavares apadrinha Mata do Bussaco para Sete Maravilhas Naturais

O escritor e jornalista Miguel Sousa Tavares é o padrinho da candidatura da Mata Nacional do Bussaco às Sete Maravilhas Naturais de Portugal. A lista do padrinhos e madrinhas dos vinte e um finalistas foi anunciada ao inicio da noite de hoje, quinta-feira, 26 de Maio, em Lisboa.

Lista dos padrinhos das 21 canddatas às Sete Maravilhas Naturais de Portugal:

Mata Nacional do Bussaco - Miguel Sousa Tavares (escritor e jornalista); Paisagem Vulcânica da Ilha do Pico - António Cabral; Portinho da Arrábida - Luis Buchinho (estilista); Praia do Porto Santo - Fátima Lopes (estilista); Pontal da Carrapateira - Dr. Francisco Pinto Balsemão (empresário e antigo primeiro-ministro); Ria Formosa - Prof. Francisco Nunes Correia; Portas de Ródão - Mestre Manuel Cargaleiro (pintor); Vale do Douro - Dr. Rui Moreira (empresário); Paisagem Cultural de Sintra - Joaquim de Almeida (actor); Algar do Carvão - Lúcia Moniz (cantora e atriz); Floresta Laurissilva - Joe Berardo (empresário); Vale Glaciar do Zêzere - Elisabete Jacinto (desportista); Parque Natural da Arrábida - Ana Sobrinho; Grutas de Mira de Aire - Eng. Vitor Barros; Lagoa das Sete Cidades - Medeiros Ferreira (deputado); Furna do Enxofre - Maestro Vitorino de Almeida (músico); Ponta de Sagres - Luis Represas (cantor e compositor); Arquípélago das Berlengas - Rui Veloso (cantor); Reserva Natural da Lagoa de Fogo - Prof. Galopim Carvalho (investigador); Parque Nacional da Peneda Gerês - Rosa Mota (antiga maratonista); Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina - Tim (cantor e compositor).

Analisando a lista, parece-me que a escolha de António Jorge Franco foi acertada e muito inteligente.

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Haverá, certamente, vários textos em que Miguel Sousa Tavares demonstra o seu gosto e apreciação pelo Bussaco. Eu não consigo citar muitos... Não deixo, no entanto, de achar simpático e sintomático desse Amor, que Luis Bernardo Valença, o protagonista do best-seller de Sousa Tavares, 'Equador', tenha escolhido o Bussaco para se despedir de Portugal continental e a ele tenha dedicado palavras tão ternas como estas:

«O último fim-de-semana em Portugal fez questão de o ir passar ao Palace, no Bussaco, um dos seus locais preferidos. "Quero levar o Bussaco nos olhos e na alma!" - declarou, em tom tão trágico, que o João Forjaz, o Filipe Martins e o Mateus Resende, os seus amigos mais próximos, se apressaram a dizer que iam também. Tinham planeado uma escapadela a Coimbra, para "uma farra das antigas", mas ninguém o arrancou da varanda do Palace, onde passou duas manhãs e uma tarde a olhar obsessivamente para a mata, perdido em considerações filosóficas do género "junte-se-lhe uma mulher e um bom livro e tudo o que um homem precisa para ser feliz está aqui!”. Em contrapartida e confirmando a sua tese, atirou-se ao menu do Palace com o apetite de um condenado, devorando tudo o que constava da lista e insistindo em terminar sempre com o leitão assado. Para grande deleite dos amigos, invocou a sua nova condição de rico sem destino que dar ao dinheiro e ofereceu as bebidas durante todo o fim-de-semana, indiferente aos preços que os melhores vinhos da célebre cave do Palace ostentavam. Comeu, bebeu e fumou como se disso dependesse a salvação da sua alma e acabou arrastado para o comboio em condições impróprias para um governador de nomeação régia.»

Inexplicavelmente a série da TVI adaptando o livro à televisão, não tem esta cena.

1 comentário:

Nuno Castela Canilho disse...

Na narrativa do livro, esta cena passar-se-á entre os últimos dias de Fevereiro e os primeiros dias de Março de 1906. Contrariamente ao que se possa julgar (sendo o Palace um pavilhão de caça real e tendo a monarquia terminado apenas em 1910), o edificio (provavelmente já nesta altura) já funcionava como Hotel. Segundo o professor Carvalhão Santos, a cedência provisória do espaço a Paul Bergamin para exploração hoteleira é localizada em 1906 ("ou mesmo antes", cito).