26.No papel… e no éter
Depois de acalentado o projecto de promover uma investigação quanto a vários pontos de vista sobre o concelho, de avaliar o primeiro ano do presente mandato autárquico e de evocar os cento e setenta anos do concelho da Mealhada, não foi rápido o consenso redactorial.
Para quem, há um ano, começou a governar ou a fazer oposição, doze meses não são o suficiente para grande análise. Tratava-se, porém, de prestar contas aos eleitores, obrigação fundamental para qualquer representante do povo. Muitos falharam.
Cento e setenta é número redondo? Comemoram-se os setenta e cinco, os setenta passam ao lado. Estaremos cá daqui a cinco anos? Se pode ser, que seja agora.
E assim começámos a reunir um conjunto de opiniões sobre o que de positivo e de negativo tem o concelho da Mealhada. Começámos por Carlos Cabral e prosseguimos na presente edição com quatro antigos presidentes da Câmara Municipal da Mealhada.
É interessante analisar as opiniões de cada um deles e, acima de tudo, posicionar na história dos últimos trinta anos a sua passagem pelo poder. Não é fácil fazer esta análise mas, da observação das suas prioridades e pontos de vista, conseguimos definir as camadas em que o concelho se vai estratificando.
É suposto o director do jornal não expressar opinião. Mas, como é sui generis o curso de jornalismo que tirámos (todos nós nesta redacção), arrogo-me essa prerrogativa e subscrevo a análise de um antigo presidente quando afirma que a (falta de) auto-estima é o ponto mais negativo da população do concelho da Mealhada. As comparações não podem estar constantemente a assombrar-nos.
O que mais me preocupa, no entanto, é que quem mais padece deste mal sejam os nossos políticos, com especial destaque para os da oposição. Se nós formos iguais aos outros concelhos, a prazo, o melhor desta terra vai ser indiferenciado. Volta e meia, contudo, lá se vai ouvindo que só devemos copiar as coisas boas…
O Jornal da Mealhada e a Rádio Clube da Pampilhosa encetaram recentemente um caminho de partilha e colaboração, no sentido de juntar esforços para um apoio que resulte na melhoria dos serviços prestados por cada um. A união faz a força e sendo órgãos de comunicação social com objectivos diferentes, a melhoria de um pode, em tese, representar uma vantagem para ambos. Às quartas-feiras de manhã é possível ouvir na rádio os destaques do Jornal da Mealhada e algumas notícias difundidas através do éter foram feitas pelos nossos repórteres.
A medida de cooperação mais arriscada a que nos abalançámos foi a realização de entrevistas conjuntas. O modelo não é novo e há, até, um semelhante, feito pelo jornal Público, a Rádio Renascença e o canal 2: da RTP. Na próxima semana editaremos a entrevista inaugural do programa “À conversa com…” Carlos Cabral. Pode ser ouvida na RCPfm, em 92.6 na próxima terça-feira, à noite, e o essencial pode ser lido no Jornal da Mealhada da quarta-feira seguinte.
É um exercício de auto-estima? Consideramos que sim. Só quando estamos bem connosco próprios, cientes do nosso valor, poderemos virar-nos para os outros e criar laços e parcerias. São, por exemplo, os muitos leitores que nos felicitaram pelo novo formato do jornal e pelo número de páginas que nos fazem pensar assim. Obrigado.
2 comentários:
É a globalização dos meios de comunicação!!!
Bem pensado,, parabens
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