Referendo para quê, Canilho? Para questionar a vitalidade da Europa ou para questionar a vitalidade do Sócrates?
Sejamos pragmáticos. 99,99999% da população não tem nem terá a completa consciência do que estará em causa. Os votos serão feitos por afinidades partidárias ou outro critério qualquer, menos por conhecimento e convicção próprias. Nestas condições um referendo fará sentido? As pessoas sabem o que estão a votar? Será realmente representativo da vontade de um país? Tenho muitas dúvidas.
Mas atenção. É óbvio que em teoria, seria desejável uma cada vez maior participação de todos os cidadãos na causa europeia, pelo que também não sou contra esse referendo. E digo mais: caso a Comunidade europeia opte por não levar uma matéria tão importante a referendo, será um claro sinal de fraqueza da própria Europa. Baralhado? Também eu.
Convenhamos que o argumento da falta de conhecimento para legitimar uma recusa refendária é perigoso. Para se ter opinião sobre a escolha do Chefe de Estado é preciso ter só 18 anos, não é preciso saber ler e escrever. Logo não se pode exigir que conhecimentos fundamentais sobre o o ambito do referendo. Para isso servirão as campanhas pró e contra (alguém?) o tratado.
Eu não estou nada baralhado. Eu considero que é fundamental, nalgum momento da nossa integração europeia, enquanto povo, votarmos se queremos/podemos avançar no projecto europeu. A integração de Portugal numa União Europeia, numa Federação Europeia ou nuns Estados Unidos da Europa, para mim não é dogma de fé. E por isso quero votar e quero saber o que pensam os meus compatriotas.
Quanto à questão do Buçaco, essa foi para mim a grande falha de Sócrates. Centralizou em Lisboa toda a presidência portuguesa. Todas as cimeiras, o tratado, as reuniões ministeriais, nada saiu de Lisboa. Portugal, o Portugal europeu, a WC - West Coast (como também sublinhou o amigo Jerico)é muito mais que o pavilhão Atlântico e o Parque das Nações.
O neo-manuelino do Buçaco é estilo parecido com este, o manuelino dos Jerónimos. É o rendilhado parolinho à tuga!
4 comentários:
Referendo para quê, Canilho?
Para questionar a vitalidade da Europa ou para questionar a vitalidade do Sócrates?
Sejamos pragmáticos. 99,99999% da população não tem nem terá a completa consciência do que estará em causa. Os votos serão feitos por afinidades partidárias ou outro critério qualquer, menos por conhecimento e convicção próprias.
Nestas condições um referendo fará sentido? As pessoas sabem o que estão a votar? Será realmente representativo da vontade de um país? Tenho muitas dúvidas.
Mas atenção. É óbvio que em teoria, seria desejável uma cada vez maior participação de todos os cidadãos na causa europeia, pelo que também não sou contra esse referendo. E digo mais: caso a Comunidade europeia opte por não levar uma matéria tão importante a referendo, será um claro sinal de fraqueza da própria Europa. Baralhado? Também eu.
Já agora.
O fundo da fotografia que aparece no post não é a janela do Palace do Buçaco?
Caríssimo Jerico
Convenhamos que o argumento da falta de conhecimento para legitimar uma recusa refendária é perigoso. Para se ter opinião sobre a escolha do Chefe de Estado é preciso ter só 18 anos, não é preciso saber ler e escrever. Logo não se pode exigir que conhecimentos fundamentais sobre o o ambito do referendo. Para isso servirão as campanhas pró e contra (alguém?) o tratado.
Eu não estou nada baralhado. Eu considero que é fundamental, nalgum momento da nossa integração europeia, enquanto povo, votarmos se queremos/podemos avançar no projecto europeu. A integração de Portugal numa União Europeia, numa Federação Europeia ou nuns Estados Unidos da Europa, para mim não é dogma de fé. E por isso quero votar e quero saber o que pensam os meus compatriotas.
Quanto à questão do Buçaco, essa foi para mim a grande falha de Sócrates. Centralizou em Lisboa toda a presidência portuguesa. Todas as cimeiras, o tratado, as reuniões ministeriais, nada saiu de Lisboa. Portugal, o Portugal europeu, a WC - West Coast (como também sublinhou o amigo Jerico)é muito mais que o pavilhão Atlântico e o Parque das Nações.
O neo-manuelino do Buçaco é estilo parecido com este, o manuelino dos Jerónimos. É o rendilhado parolinho à tuga!
Enviar um comentário