segunda-feira, 31 de maio de 2010
[1055.] Lunae dies, no Dia Mundial do Combate ao Fumo
domingo, 30 de maio de 2010
[1054.] Eu peço desculpa, mas...
Se calhar até me estou a armar em carapau de corrida...
Se calhar o problema ainda é a minha azia...
Mas...
Eu peço muita desculpa, mas...
tenho de dizer isto:
É de elementar educação que uma pessoa, quando está a falar directamente (ao vivo) com outra, tire os óculos de sol que tem na cara.
Provavelmente nunca ninguém disse isto ao senhor GNR a quem me estou a referir, mas alguém devia fazê-lo. Eu confesso que tive vontade de lhe dizer, mas tive medo. Eu já lhe tinha perguntado como é que se fazia uma descarga de uma mercadoria sem estacionar o automóvel e ele não tinha sido capaz de me responder, já depois de eu lhe ter dito que achava que a decisão de multar aquele veículo, que estava a servir de base a uma descarga, tinha sido uma estupidez. Tive medo que o senhor me acusasse de desrespeito à autoridade que a farda lhe dá. A farda e o respeito à instituição - a que o meu avô António dedicou grande parte da sua vida.
E provavelmente está na hora de os senhores professores na escola ensinarem às crianças regras elementares de educação, muitas vezes esquecidas, mas que existem. Não vão elas (essas crianças) um dia serem GNR e não as usarem.
Cito apenas algumas:
- Não se fala de boca cheia,
- Não se cumprimenta uma pessoa de luvas,
- Não se dá beijo de cumprimento a quem está à mesa a tomar uma refeição,
- Não se rasga um papel sem pedir licença,
- Não se interrompe quando dois adultos estão a falar,
e
- Tiram-se os óculos de sol quando falamos directamente com alguém.
A Educação (a nobreza) obriga!
sábado, 29 de maio de 2010
[1053.] Saturni dies, 'Eu quero ser o teu Zorro'
Eu quero marcar um Z dentro do teu decote
Ser o teu Zorro de espada e capote
P'ra te salvar à beirinha do fim
Depois, num volteface vestir os calções
Acreditar de novo nos papões
E adormecer contigo ao pé de mim
Eu quero ser para ti a camisola dez
Ter o Benfica todo nos meus pés
Marcar um ponto na tua atenção
Se assim faltar a festa na tua bancada
Eu faço a minha ultima jogada
E marco um golo com a minha mão
Eu quero passar contigo de braço dado
E a rua toda de olho arregalado
A perguntar como é que conseguiu
Eu puxo da humildade da minha pessoa
Digo da forma que menos magoa
«Foi fácil. Ela é que pediu!»
Luís Represas
Para ti, P.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
[1052.] Veneris dies, no dia do 28 de Maio
O Movimento Nacional Feminino, fundado em 28 de Abril (dia de aniversário de Oliveira Salazar) de 1961, era uma organização portuguesa de senhoras com o objectivo de apoiarem o regime, promovendo a caridade e as condições subjectivas e emocionais dos portugueses em tempo de guerra, especialmente junto dos soldados metropolitanos que lutavam em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. Podia dizer-se que a sua liderança e cupulas eram constituídas por filhas e esposas de altos dignatários do regime, mas a verdade é que as suas acções depressa se popularizaram junto da maior parte das mulheres portuguesas.
[1050.] Tria iura praecepta
(OS TRÊS PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO)
quinta-feira, 27 de maio de 2010
[1049.] Hoje...
«Também conhecido como o dia Wesak em algumas partes do mundo, Vesak Day é um dos maiores dias do ano no calendário budista e é comemorado pelos budistas de todo o mundo. O dia marca o nascimento, iluminação e morte de Buda e é um dia de grandes celebrações. É tradicional limpar a casa e decorá-la na preparação para as festas que começam de madrugada e continuam durante todo o dia com os serviços religiosos, reuniões de oração, sessões de meditação e procissões.
Vesak é o dia mais sagrado do budismo, uma temporada de especial significado para todos os budistas ao redor do mundo. A Lua Cheia de Vesak é o mais santo de todos os dias de lua cheia. Neste dia é comemorado o nascimento, a iluminação e a morte de Buda.» AQUI
Hoje, 27/28 de Maio ocorre a lua cheia do mês lunar Vesakha. Terá sido neste dia (na Lua Cheia de Vesakha) que terá nascido o príncipe Siddhartha, em Lumbini, em Kapilavastu (no Nepal moderno). Siddharta que mais tarde se tornaria Buda (ascendendo à árvore Bodhi), ascensão essa que terá ocorrido precisamente na Lua Cheia de Vesakha. Foi também na Lua Cheia de Vesakha que Buda morreu, em Kusinara.
[1051.] Hoje, dia do primeiro aniversário do FRONTAL
O FRONTAL é o filho mais dilecto, é o mais trabalhoso, é o que mais cansa, mais esgota, mais me alegra, me faz feliz inteira e integralmente. A vontade de desistir ao longo deste primeiro ano foi recorrente. Senti-me perdido, desamparado, a atravessar um deserto que parecia uma utopia que parecia só fazer sentido na minha cabeça. Mesmo que não valha nada, valeu a perseverança e a capacidade de sonhar, de arriscar.
O FRONTAL começou por ser uma coisa minha, da minha cabeça. Hoje já não é. Felizmente. Numa hora de aniversário, e depois de ler as palavras tão afectuosas e simpáticas de penacovenses e mortaguenses sobre o FRONTAL, tinha de partilhar o que foram angústias (e ainda são) e o que são vitórias.
Procurando não me esquecer de ninguém, quero agradecer a todos os que acreditaram e a todos (a todas?) os que, mesmo não acreditando ajudaram incansavelmente.
Sem qualquer hierarquia:
Ao Padre Abílio Simões (o primeiro a acreditar na ideia), ao Bruno Peres (o maior apoiante), à minha mãe, à Mónica Sofia Lopes, ao Gabriel Lopes, ao Tiago Vicente, ao Nelson Saldanha, ao João Ricardo Paredes, ao Kiko Aleixo, ao Mauro Thomaz, à Lara Ramos, a Carlos Duarte, ao Nuno João, ao Fanau, ao padre Rodolfo Leite, ao Vitor, a Aires Mendes, a Pedro Viseu, a Luís Ferreira, a Tânia Cardeira, a Afonso Simões, a João Breda.
E ainda a César Carvalheira, João Peres, Afonso Abrantes, Fernando Onofre, João Pedro Fonseca, Mário Lobo, Mauricio Marques, Humberto Oliveira, Mauro Carpinteiro, Filipe Valente, Carlos Sousa, Eduardo Ferreira, António Catela.
A todos os nossos patrocinadores, especialmente à Caixa de Crédito da Bairrada e Aguieira, à Funerária Lobo e à Funerária Santacombadense.
A todos os nossos assinantes. A todos os que acreditaram.
E, claro está, à Inês.
[1048.] Iovis dies, no Dia do 87.º Aniversário do CNE
(1910 - 2002)
«Os seus desenhos contribuíram para a definição de um novo estilo de escuteiro, desde o uniforme até às actividades arrojadas e com muita aventura. Foi ele quem criou o desenho da insígnia oficial dos Scouts de France que apareceu em 1940», in "Carolas", boletim do Clube Português de Coleccionadores de Objectos Escutistas, Janeiro 2007.
Pierre Joubert faleceu em 13 de Janeiro de 2002, aos 91 anos de idade. Em Agosto de 1997 Pierre Joubert esteve em Ferreira do Zêzere no Acampamento Regional da Região de Coimbra. Nessa altura tive o privilégio de receber uma serigrafia de um dos seus mais conhecidos desenhos autografada pelo próprio.
Recordamos a obra de Pierre Joubert no dia em que o Corpo Nacional de Escutas - Escutismo Católico Português - comemora o seu 87.º aniversário.
[1047.] Não percebo
- Em Março de 2010 a taxa de Desemprego em Portugal tenha sido de 10,5%
Ao mesmo tempo que no Jornal de Notícias de ontem se escrevia que:
- O Estado pagou 345 milhões de euros em horas extra no pessoal hospitalar (se pagou horas extra é porque há falta de pessoal)
e
- Que só na Área Metropolitana do Porto faltam 1500 polícias?
Eu não quero aumentar a taxa de desemprego, mas acho que:
- há deputados a mais na Assembleia da República - bastavam os tais 180 sendo para aí 150 eleitos por circulos uninominais e os restantes por circulos distritais -;
- e acho que as Câmaras Municipais têm vereadores a mais - se bastam as maiorias para distribuição completa de pelouros, então os outros é porque não fazem falta. A oposição transitava para a Assembleia Municipal, que passava a ter senhas de presença mais baixas e a reunir mensalmente.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
[1046.] Boa noticia: Miguel Sousa Tavares apadrinha Mata do Bussaco para Sete Maravilhas Naturais
Lista dos padrinhos das 21 canddatas às Sete Maravilhas Naturais de Portugal:
Mata Nacional do Bussaco - Miguel Sousa Tavares (escritor e jornalista); Paisagem Vulcânica da Ilha do Pico - António Cabral; Portinho da Arrábida - Luis Buchinho (estilista); Praia do Porto Santo - Fátima Lopes (estilista); Pontal da Carrapateira - Dr. Francisco Pinto Balsemão (empresário e antigo primeiro-ministro); Ria Formosa - Prof. Francisco Nunes Correia; Portas de Ródão - Mestre Manuel Cargaleiro (pintor); Vale do Douro - Dr. Rui Moreira (empresário); Paisagem Cultural de Sintra - Joaquim de Almeida (actor); Algar do Carvão - Lúcia Moniz (cantora e atriz); Floresta Laurissilva - Joe Berardo (empresário); Vale Glaciar do Zêzere - Elisabete Jacinto (desportista); Parque Natural da Arrábida - Ana Sobrinho; Grutas de Mira de Aire - Eng. Vitor Barros; Lagoa das Sete Cidades - Medeiros Ferreira (deputado); Furna do Enxofre - Maestro Vitorino de Almeida (músico); Ponta de Sagres - Luis Represas (cantor e compositor); Arquípélago das Berlengas - Rui Veloso (cantor); Reserva Natural da Lagoa de Fogo - Prof. Galopim Carvalho (investigador); Parque Nacional da Peneda Gerês - Rosa Mota (antiga maratonista); Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina - Tim (cantor e compositor).
Analisando a lista, parece-me que a escolha de António Jorge Franco foi acertada e muito inteligente.
*
* ******** *
Haverá, certamente, vários textos em que Miguel Sousa Tavares demonstra o seu gosto e apreciação pelo Bussaco. Eu não consigo citar muitos... Não deixo, no entanto, de achar simpático e sintomático desse Amor, que Luis Bernardo Valença, o protagonista do best-seller de Sousa Tavares, 'Equador', tenha escolhido o Bussaco para se despedir de Portugal continental e a ele tenha dedicado palavras tão ternas como estas:
«O último fim-de-semana em Portugal fez questão de o ir passar ao Palace, no Bussaco, um dos seus locais preferidos. "Quero levar o Bussaco nos olhos e na alma!" - declarou, em tom tão trágico, que o João Forjaz, o Filipe Martins e o Mateus Resende, os seus amigos mais próximos, se apressaram a dizer que iam também. Tinham planeado uma escapadela a Coimbra, para "uma farra das antigas", mas ninguém o arrancou da varanda do Palace, onde passou duas manhãs e uma tarde a olhar obsessivamente para a mata, perdido em considerações filosóficas do género "junte-se-lhe uma mulher e um bom livro e tudo o que um homem precisa para ser feliz está aqui!”. Em contrapartida e confirmando a sua tese, atirou-se ao menu do Palace com o apetite de um condenado, devorando tudo o que constava da lista e insistindo em terminar sempre com o leitão assado. Para grande deleite dos amigos, invocou a sua nova condição de rico sem destino que dar ao dinheiro e ofereceu as bebidas durante todo o fim-de-semana, indiferente aos preços que os melhores vinhos da célebre cave do Palace ostentavam. Comeu, bebeu e fumou como se disso dependesse a salvação da sua alma e acabou arrastado para o comboio em condições impróprias para um governador de nomeação régia.»
Inexplicavelmente a série da TVI adaptando o livro à televisão, não tem esta cena.
[1045.] Republica: Combates de Cidadania
Se Mortágua é terra mais republicana de Portugal, Manuel Ferreira Martins e Abreu é uma das personalidades que contribuiu para o epíteto.
Eu não conhecia a personalidade - e em verdade reconheço que ainda não li o livro completamente. Com o ensaio que dá título à publicação do professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, consegui apreender informações importantes acerca da Mortágua do final do século XIX, e acerca de um homem de génio, um homem de convicções, resistência e coragem que nos dias de hoje seria apelidado de 'chatinho'.
Depois de uma fase em que os debates políticos encerravam com duelos ao nascer-do-sol, passou-se para a política da paulada. Manuel Ferreira Martins e Abreu poderá ter sido um dos últimos resistentes de uma forma de estar na 'civitas' que não se coadnuaria com ouvir e calar, ou ter medo de 'chamar os bois pelos nomes'.
Está de parabéns o Professor Joaquim Romero de Magalhães por, entre grandes republicanos de Mortágua - ou da Beira Alta -, ter decidido investigar sobre o menos conhecido e ter ido além do óbvio - como seria Thomaz da Fonseca, Augusto Simões ou Lopes de Oliveira. Está de parabéns a Câmara de Mortágua por ter editado este livro, por ter organizado a exposição «Sentir a Terra: Mortágua Republicana», que ainda não visitei (e que tem este belíssimo cartaz).
Não posso deixar de salientar, nesta altura, a existência do blogue 'República em Mortágua' - em http://republicamortagua.blogspot.com/ - do Agrupamento de Escolas de Mortágua que é um extraordinário instrumento de pedagógico ao serviço de uma comemoração relevante do centenário da implantação da República em Portugal.
Com estas iniciativas, e com outras que certamente terão lugar, não se perdeu, em Mortágua, optima oportunidade de celebrar a República e da pensar convenientemente, aceitando-a como um legado do passado - até da história local, como se reconhecerá -, mas, acima de tudo, assumindo-a como um testemunho para o futuro!
[1043.] Mercurii dies
A propósito do primeiro aniversário do jornal FRONTAL
O jornal FRONTAL – edição da empresa JM, Jornal da Mealhada, Lda para os concelhos de Mortágua e de Penacova – celebra amanhã o seu primeiro aniversário. Com a mesma redacção e a mesma filosofia de informação ao serviço do público, o novo jornal é um prolongamento de 25 anos de notoriedade e de credibilidade do Jornal da Mealhada. O caminho era arriscado, árduo para ser trilhado em tempos tão conturbados, mas com muito empenho e respeito pelos leitores conseguiu trilhar-se e afirmar-se perante novas realidades e novos mercados. Um ano depois de a JM, Jornal da Mealhada, Lda ter encetado esse caminho é tempo de avaliar tudo o que foi feito até aqui.
O mercado da comunicação social será, certamente, dos que mais sofre com períodos difíceis de retracção económica. Em primeiro lugar porque está muito dependente da pujança económica e da vitalidade da economia da região onde está instalado. Se as empresas estão a atravessar períodos difíceis – incompreensivelmente? – vão diminuir investimento em publicidade. Por outro lado, no rol de prioridades do investimento das famílias surgirão maiores argumentos do que a assinatura de um jornal.
A verdade é, apesar disso, ao longo dos últimos vinte meses o número de assinantes do Jornal da Mealhada e o volume de venda do jornal em banca tem aumentado, o que parece justificar-se pela relação de proximidade, pelo sentimento de pertença, pela valorização da notoriedade e da credibilidade que os leitores têm para com o título. Houve muitos que nos preferiram e o Jornal da Mealhada continua a ser o mais lido no concelho da Mealhada e na comunidade mealhadense imigrada e emigrante. A conjuntura económica e circunstâncias locais não permitiram que a facturação em publicidade acompanhasse a subida do número de leitores, mas acreditamos ser facto meramente conjuntural.
Teria sido mais fácil ter transformado o Jornal da Mealhada num semanário com maior amplitude geográfica e procurar novos mercados na Bairrada e, eventualmente, nos concelhos de Mortágua e de Penacova. Essa solução, para além de desvirtuar uma instituição com vinte e cinco anos – somos um jornal assumidamente regionalista e ‘defensor dos interesses do concelho da Mealhada’ –, traria benefícios apenas a curto-prazo, uma vez que a adesão das pessoas de um outro concelho a um jornal com o nome de um município vizinho não passará do limiar de uma curiosidade inicial – mesmo que nesses concelhos não haja uma oferta de qualidade significativa.
Foi por estas razões que arriscámos criar um título completamente novo, o FRONTAL. Porque quisemos que a nossa estratégia de expansão fosse feita com bases sólidas e de futuro, sem quaisquer limitações a médio ou a longo prazo. E a verdade é que o tempo tem-nos dado razão. A adesão dos mortaguenses e dos penacovenses ao FRONTAL foi extraordinária e mesmo em período de sérias dificuldades o título tem-se afirmado e crescido como nem as melhores previsões fariam esperar. Se para os mealhadenses o Jornal da Mealhada é o seu jornal, para muitos penacovenses e mortaguenses o FRONTAL já parte do património da sua terra.
O nosso trabalho – e naturalmente a promoção de uma forma de estar no jornalismo, com sentido cívico e regionalista – duplicou nos últimos doze meses e o número dos leitores que a ele aderiu duplicou também. Procuraremos prosseguir neste caminho, de respeito pelo nosso leitor – pela sua inteligência, pelo seu dinheiro, pelas suas preocupações e opiniões –, sem nos perdermos em resultados imediatos que mais não são do que ilusões momentâneas, e sem nos arrogarmos do papel de evangelizadores de coisa nenhuma. O futuro passa por uma nova realidade administrativa regional – os agrupamentos de centros de saúde, ou a comunidade de municípios (que juntaram a Mealhada a Mortágua e a Penacova, em detrimento de outros municípios, até da Bairrada) mostram que fizemos a escolha certa, que soubemos ver mais longe.
Em época de aniversário, em tempo de alegria, não podemos deixar de exultar o grande esforço de todos os redactores do Jornal da Mealhada, que multiplicaram o seu trabalho de forma absolutamente espectacular, mostrando que as boas equipas não são feitas de outra coisa senão de empenho, de dedicação e de amor ao que se faz. Aos sócios da JM que nos apoiaram, à administração da empresa, aos nossos fornecedores e aos nossos leitores – a todos eles – fica o nosso obrigado pela preferência!
Editorial do Jornal da Mealhada de 26 de Maio de 2010
[1044.] Hoje
terça-feira, 25 de maio de 2010
[1042.] Hoje é o...
[1041.] Marti dies... em mirandês
Fraile Cornudo,
pelo grupo Galandum Galundaina
no DVD ao vivo gravado no Teatro Municipal de Bragança.
segunda-feira, 24 de maio de 2010
[1040.] Lunae dies... em Lahore, no Paquistão
«Estudantes paquistanesas protestam, na cidade de Lahore, contra a rede social 'online' do Facebook. Ontem, um tribunal paquistanês decidiu bloquear temporariamente o acesso à rede, depois de uma competição de caricaturas do Profeta Maomé ter sido promovida via Facebook. », in Sapo.pt
[1039.] Governar (com compromisso) é possível?
[1038.] Orgulho em ser português II
Write the Future
Publicidade da NIKE para o Mundial 2010
[1036.] Orgulho em ser português I
PORTUGAL, UMA PRAÇA PARA O MUNDO from Anze Persin on Vimeo.
Video sobre Portugal, produzido para o nosso pavilhão na
Exposição Universal de Xangai 2010
domingo, 23 de maio de 2010
[1035.] Solis dies
"Uncle Boonmee Who Can Recall His Past Lives"
Filme do realizador tailandês Apichatpong Weerasethakul e que em português terá o título "O Tio Boonmee que se Lembra das suas Vidas Anteriores". Este filme venceu hoje a Palma de Ouro no Festival de Cannes, em França, e terá estreia em Portugal a 9 de Dezembro.
sábado, 22 de maio de 2010
[1034.] Saturni dies
Nos teus olhos altamente perigosos
vigora ainda o mais rigoroso amor
a luz dos ombros pura e a sombra
duma angústia já purificada
Não tu não podias ficar presa comigo
à roda em que apodreço
apodrecemos
a esta pata ensanguentada que vacila
quase medita
e avança mugindo pelo túnel
de uma velha dor
Não podias ficar nesta cadeira
onde passo o dia burocrático
o dia-a-dia da miséria
que sobe aos olhos vem às mãos
aos sorrisos ao amor mal soletrado
à estupidez ao desespero sem boca
ao medo perfilado
à alegria sonâmbula à vírgula maníaca
do modo funcionário de viver
Não podias ficar nesta casa comigo
em trânsito mortal até ao dia sórdido
canino policial até ao dia que não vem da promessa
puríssima da madrugada
mas da miséria de uma noite gerada
por um dia igual
Não podias ficar presa comigo
à pequena dor que cada um de nós
traz docemente pela mão
a esta pequena dor à portuguesa
tão mansa quase vegetal
Mas tu não mereces esta cidade não mereces
esta roda de náusea em que giramos
até à idiotia esta pequena morte
e o seu minucioso e porco ritual
esta nossa razão absurda de ser
Não tu és da cidade aventureira
da cidade onde o amor encontra as suas ruas
e o cemitério ardente
da sua morte tu és da cidade onde vives por um fio
de puro acaso onde morres ou vives não de asfixia
mas às mãos de uma aventura
de um comércio puro sem a moeda falsa do bem e do mal
Nesta curva tão terna e lancinante
que vai ser que já é o teu desaparecimento
digo-te adeus
e como um adolescente
tropeço de ternura por ti
Alexandre O'Neill
[1033.] Hoje, 22 de Maio...
sexta-feira, 21 de maio de 2010
quinta-feira, 20 de maio de 2010
[1030.] Iovis dies, no dia do 512.º aniversário da chegada de Vasco da Gama à India
Óleo sobre tela, 307×368x22 cm
Medalha de ouro do concurso de pintura organizado no âmbito das Comemorações do IV Centenário da Descoberta do Caminho Marítimo para a Índia, em 1898.
quarta-feira, 19 de maio de 2010
[1032.] Hoje, Ano I da Fundação Mata do Bussaco
A FMB acabou por ser a solução institucional que se conseguiu arranjar para resolução de um problema sério, grande e urgente que o país tinha em mãos. Merece, por isso, todo o empenho que nós, os que amamos a Mata, estivermos dispostos a dar, não pela FMB, mas pela Mata em si, pelo que ela representa e pelo património que congrega.
Estou convencido que a FMB marca o dealbar da 'quarta idade do Bussaco' - como epitetou o professor Carvalhão Santos. Deve procurar ser uma instituição da Mata, para a Mata e por causa da Mata. Deve procurar financiar-se sem depender daqueles que foram - até há bem pouco tempo - os seus principais agressores. Deve contar com o apoio dos amigos e valorizá-los.
Fui convidado para participar na sessão solene do aniversário e fiz questão de estar presente. Valorizo a história da Mata do Bussaco - acho que isso é notório - e não me darei ao luxo de deixar de poder testemunhar o que estiver ao meu alcance viver.
Não serei certamente censurado se disser que nos discursos que ouvi - diria que três discursos e meio* - senti a falta de duas referências fundamentais e às quais a História da Mata do Bussaco não pode ser alheia:
- Não é justo assinalar este aniversário sem enaltecer o trabalho de Carlos Alberto da Costa Cabral pela resolução do problema que assolava a Mata Nacional do Bussaco. Trata-se de um homem que na cirscunstância é o presidente da Câmara Municipal da Mealhada, sem a intervenção do qual este problema nunca seria resolvido. Foi Cabral que conseguiu mover esforços, nomeadamente junto do primeiro-ministro, para que o problema tivesse a atenção que merecia. Foi a sua insistência e o seu estatuto dentro do partido e da Adminsitração Central que fez com que o assunto voltasse a ser debatido depois da 'falência' do modelo da Reggie Cooperativa e chegasse a bom-porto. Teve, na circunstância preciosa ajuda de outras pessoas, que, conscientemente ou não, ajudaram a estratégia do presidente da Câmara. Cito autarcas, deputados e dirigentes do PSD e do Partido Socialista da Mealhada que, ocupando lugares de Estado e cargos partidários, mantiveram o assunto na ordem do dia ao longo de bastante tempo.
Por outro lado, há uma segunda referência cuja ausência me chamou a atenção. Não compreendo que não se tenha feito um elogio público à pessoa de Ascenso Luís Seixas Simões, à época, secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural. Foi este homem que decidiu resolver o problema da gestão da Mata do Bussaco. Foi ele que obrigou à negociação entre cinco ministérios para se encontrar uma solução juridica viável. Foi ele que obrigou a que o assunto ficasse completo antes da nomeação de um novo Governo. Foi ele que garantiu que esta não seria mais uma oportunidade falhada para a Mata Nacional do Bussaco.
Parabéns à Mata Nacional do Bussaco, à FMB e o meu muito obrigado aos obreiros de uma solução cujos defeitos certamente se conhecerão, mas cujas imensas virtudes são já notórias e notáveis.
* Uma vez que não percebi porque razão foi dada a palavra a uma chefe de gabinete de um secretário de Estado, estando presente o Governador Civil...
[1029.] Hoje
Hoje é dia de Santo Ivo (17.10.1253 - 19.05.1303), sacerdote franciscano francês, jurista e patrono dos advogados.
«Santo Ivo, como jurista, entregou-se à defesa dos miseráveis e oprimidos, contra os poderosos. Dizia, então: "Jura-me que a sua causa é justa e eu a defenderei gratuitamente".»
A todos os advogados portugueses e a todos os que 'buscam a justiça', desejos de um dia feliz.
[1028.] Mercurii dies
As teorias que garantem que a História é feita de ciclos são, ao mesmo tempo, angustiantes e motivo de esperança. Angustiantes porque a garantia de que a tempos de prosperidade se sucederão momentos difíceis chega a ser contrária à natureza humana de busca incessante de felicidade. Motivo de esperança porque, em sentido contrário, as mesmas teorias nos fazem pensar, sempre, que melhores tempos virão.
Estando neste momento em sentido descendente, pena é que quando pensamos que já batemos no fundo a realidade nos mostre o contrário. Nestes tempos conturbados, procuramos reconhecer nas lideranças a segurança que a realidade nos nega. Só pode ser, portanto, com frustração que vemos os nossos líderes se mostrarem tão surpreendidos como nós, perante uma dificuldade. Só pode ser com terrível desapontamento que observamos, mais tarde, que nos mentiram. É igualmente confrangedor saber que o fizeram de propósito ou por falta de preparação.
Há momentos difíceis que não se compadecem com faltas de carácter. Se Portugal atravessa uma situação tormentosa – como alguns sectores e, até, órgãos de soberania nos parecem fazer crer –, se é urgente contar com a mobilização dos portugueses, é fundamental que haja clareza na mensagem, que haja dignidade no discurso e que haja respeito pelo Povo.
Os portugueses do século XXI não são parvos, não são lorpas, não precisam de paternalismos pacóvios. Se é preciso subir o IVA, suba-se o IVA, mas não se justifique isso com o preço de um refrigerante. Fale-se claro, fale o Governo e a oposição em uníssono, mas digam-nos para onde nos levam. Por favor. Os portugueses não são mansos e estão exaustos, magoados na esperança, esgotados na paciência. Os terrenos que os políticos têm cultivado são propícios à revolta – e quem a recriminaria? – têm sido semeadas tempestades, há ‘Vinhas da Ira’ por todo o país – como no romance de Steinbeck, de 1939?.
O povo português merece respeito e o Governo e a oposição devem deixar-se de maniqueísmos e falar claro. As pessoas deixaram de ter esperança onde se agarrar, deixaram de ver novos ciclos a aproximarem-se. Quando, infelizmente, as Forças Armadas portuguesas são uma sombra do que foram um dia – porque se acomodaram, porque se deixaram enlear no redil da governamentalização –, quando já todos percebemos que quem governa o país é a tecnocracia de Bruxelas, não há muito a fazer do que exigir dignidade e respeito. E assumir as consequências patrióticas se tal não vier a acontecer.
Editorial do Jornal da Mealhada de 19 de Maio de 2010
terça-feira, 18 de maio de 2010
[1027.]
[1026.] Marti dies, recordando 18.05.80
JOY DIVISION
«Leaders of men», tema de 1977,
no dia em que se assinalam 30 anos sobre a morte de Ian Curtis, o vocalista dos 'Joy Division'
«The leaders of men,/Born out of your frustration./The leaders of men,/Just a strange infatuation./The leaders of men,/Made a promise for a new life.»
[1025.]
«Nesta hora carregada de apreensões, em que verificamos:
pobreza inumana, desemprego crescente, domínio de gente sem uma rota espiritual. Renove os apelos de Cristo Bom Samaritano: retire-nos do fatalismo que acomoda e convoque-nos para uma compaixão que dignifica, para uma ternura que cuida, para uma escuta que valoriza, para uma esperança que acompanha. Anime a nossa vontade
de sermos servidores-lideres.»Dom Carlos Azevedo, Bispo Auxiliar de Lisboa, em Fátima, em 13 de Maio de 2010
segunda-feira, 17 de maio de 2010
[1024.] Lunae dies, no Dia Mundial contra a Homofobia e do desarranjo cavaquista
O Presidente da República escolheu o terceiro dia depois do regresso do Papa ao Vaticano, a véspera do fim do prazo e o Dia Mundial contra a Homofobia para dizer que é contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, que acha um disparate e uma excentricidade essa denominação e que «não é verdadeira a afirmação de que a inexistência do casamento entre pessoas do mesmo sexo corresponde a um fenómeno residual no mundo contemporâneo, um resquício arcaico típico de sociedades culturalmente mais atrasadas».
O Presidente pegou na bola a meio campo driblou sozinho e à frente da baliza, aberta, sem o guarda-redes, quando já tudo festejava o golo e o veto político, chutou para o céu e declara: «Assim, decidi promulgar hoje a lei que permite o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo».
Sou cavaquista. Acho o Presidente da República uma reserva moral da Nação. Um homem especial ao leme de um país completamente desgovernado, pilotado por alguém que sabe que está a prazo e procura incentivar a politica-da-terra-queimada.
Estou desiludido com a declaração de Cavaco. É-me completamente indiferente se a união de facto entre pessoas do mesmo sexo se chama casamento, união civil, marriage ou outra coisa qualquer. Choca-me que o Presidente, que manifestou a sua oposição ao diploma de forma inteligente, tenha preferido o pragmatismo eleitoral de quem quer ser reeleito à primeira volta e tenha usado o mesmo argumento de Sócrates aquando da subida do IVA: "Os portugueses são uns lorpas e comem qualquer coisa que lhes dermos!"
Os portugueses não são nenhuns parvos nem pacóvios! Não são burros nem papalvos. Não são atrasados nem lorpas! E perceberam que Cavaco preferiu jogar pelo seguro, preferiu o eleitoralismo barato, preferiu não afrontar a Esquerda e esvaziar argumentos que Alegre - que ainda é mais homofóbico que ele - poderia usar contra si.
Sócrates e o Partido Socialista nunca quiseram aprovar esta Lei. A apresentação, em Fevereiro, foi uma posição de força, um sinal de pseudo-modernidade e, acima de tudo, uma forma de obrigar comunistas e bloquistas a votar ao lado do PS. Deram-se ao luxo, até, de criar um imbróglio legal - o da proibição de adopção por pessoas do mesmo sexo ao mesmo tempo que colocam como premissa desse casamento 'o objectivo de constituir família'. Os socialistas estavam convencidos que Cavaco ia mandar para o Tribunal Constitucional esta mudança no Código Civil no sentido da proibição da adopção por pessoas do mesmo sexo - que é, claramente, uma inconstitucionalidade, uma vez que uma pessoa heterosexual sozinha pode fazê-lo! -.
Mas Cavaco não mandou e agora até promulgou a lei!
O nosso mundo está ao contrário!
domingo, 16 de maio de 2010
[1023.] Solis dies
«Maria Papoila»
Filme de Leitão de Barros de 1937.
A penacovense Maria Papoila foge para Lisboa para cumprir um grande sonho. Naturalmente, vai apanhar o comboio à Pampilhosa rumo à cidade capital. Um filme com António Silva e Mirita Casimiro no papel da protagonista.
O trecho aqui postado, editado pelo pampilhosense e maestro Daniel Vieira, procura exaltar a importância do entroncamento pampilhosense nesta altura. E fá-lo bem!
sábado, 15 de maio de 2010
[1022.] Saturni dies
sexta-feira, 14 de maio de 2010
[1021.] Retiro o que disse!
«O meu discurso até pode parecer reaccionário. Mas também já todos
estamos fartos dos discursos revolucionários da treta que acabam por defender
teses de um espirito anti-democrático profundo e intransigente (ouvi, hoje, um
que me envergonhou, nas cerimónias na Câmara Municipal da Mealhada). "Das duas uma" ou se defende a Democracia e se aceita a decisão do Povo como soberana, aceitando que o Povo escolha mesmo aqueles que nós entendemos não conseguirem servir o país, ou não se defende a Democracia e se declara que os portugueses não estão preparados para votar, como defendiam os responsáveis políticos do Estado Novo. Ou estamos com a Democracia, com as suas vantagens e desvantagens, ou estamos do lado da Oligarquia.
Não é preciso mais um "25 de Abril de 1974", como também não é preciso mais um "25 de Novembro de 1975"! Precisamos de mais "25 de Abril de 1975" (Eleições para Assembleia Constituinte), precisamos de mais "27 de Junho de 1976" (primeiras eleições para a Presidência da República), precisamos de mais "12 de Dezembro de 1976" (primeiras eleições autárquicas), e precisamos de mais "25 de Abril de 1976" e de "5 de Outubro de 1980" (eleições legislativas). Disso é que precisamos!»Hoje, envergonhado, e depois de ter assistido ao que se passou na vida política portuguesa desde sábado passado, com a corda ao pescoço como o Egas Moniz, só me resta afirmar:
RETIRO O QUE DISSE!
E mais não digo... para já!
[1020.] Veneris dies, no dia de anos de Israel
Primeira-ministra de Israel de 17.03.69 a 04.06.74
O Estado de Israel foi fundado em 14 de Março de 1948. Trata-se de uma criação política, nem sempre fácil de perceber e cuja opinião agora não interessa explanar.
Mas uma coisa é certa, o Estado de Israel, em guerra permanente, conseguiu dar ao mundo grandes políticos e homens de Estado, como provavelmente muito poucas nações conseguiram, em muitos séculos de história.
Esta mulher, Golda Meir, feia como os trovões, é um desses testemunhos de grandes politicos que Israel deu ao mundo.
Fundadora do Estado de Israel, integrou os primeiros governos e foi o quarto chefe de Governo israelita. Trabalhista, mulher de fortes convicções, era a líder do país quando se deu a Guerra de Yom Kippur, um das mais sangrentas, quando sirios e egipcios atacaram Israel.
Segundo a wikipédia, David Ben-Gurion certa vez disse dela: "Golda Meir é o único homem do meu gabinete".
Foi a terceira mulher a exercer o cargo de chefe do Governo de um país, depois de Sirimavo Bandaranaike, do Sri Lanka, em 1960, e de Indira Gandhi, da India, em 1966.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
[1019.] Ramo da Ascensão
Na casa da minha querida sogra a tradição ainda é o que era, e cumpriu-se uma vez mais. O ramo vai ficar atrás da porta para, para o ano, ser substituído.
A romaria ao Bussaco nunca pôs em causa esta tradição. O ramo fazia-se no regresso a casa, pelos campos cultivados.
[1018.] Iovis dies, em Quinta-feira da Ascensão
quarta-feira, 12 de maio de 2010
[1017.]
[1016.] Mercurii dies
A propósito da visita de Bento XVI a Portugal
“Cristianismo, sabedoria e missão” é o tema da visita pastoral e diplomática que o Papa Bento XVI realiza a Portugal até sexta-feira. Segundo o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa, o padre Manuel Morujão,: “O tema está ligado aos valores, a pôr em prática esses valores, a viver a missão, não viver para dentro de portas, mas vivendo saindo, servindo a sociedade onde a Igreja se situa”. Dito de outra maneira, o Papa procura realçar o papel da Igreja na vida social de Portugal, nas suas diversas dimensões, especialmente em tempo de crise. O chefe da Igreja Católica procura, também, exortar os católicos portugueses a vivenciarem a sua fé no serviço aos outros, em demonstrações substanciais de caridade, o que hoje será mais prosaico chamar solidariedade e serviço. Na visita ad limina que os bispos portugueses fizeram a Roma ficou clara a consideração de que os portugueses, apesar de se considerarem católicos, nem sempre o fazem notar na sua prática social e comunitária – e não falamos da prática litúrgica.
O Estado português, por outro lado, recebe o Papa em pecado. Demonstrando excesso de zelo, os responsáveis políticos portugueses – que no resto do ano não se importam de afrontar os católicos portugueses – procuraram receber o Papa com uma exuberância desnecessária. Não se dirá que é o remorso, ou a consciência pesada, mas em tempos de crise não se justifica que o Estado português queira mostrar o que, neste momento, não é, e o que, neste momento, não tem. Bento XVI é um homem frugal que aprecia os portugueses por serem como são e não como os seus políticos gostariam que fossem. Não foi a Igreja portuguesa que exigiu tolerâncias de ponto, ou restrições ao trânsito na capital do país. Foi o Estado.
Não nos choca que se gaste dinheiro para receber o Papa. Quem tem dinheiro e o pode gastar deve fazê-lo, trata-se de uma forma de o distribuir e isso é positivo. Mas choca-nos que a visita do Papa seja argumento para ter sido dada tolerância de ponto aos funcionários públicos, amanhã, quinta-feira. As escolas estarão fechadas em todo o país, e toda a vida económica portuguesa estará em suspenso por causa da visita do Papa. Não se justifica. E choca-nos que os mesmos que se mostram tão indignados pelo facto de haver crucifixos nas salas de aula nada digam a este respeito. O centro de Lisboa está hoje condicionado por causa de uma missa que poderia ter sido celebrada no Parque das Nações, ou num estádio de futebol. O local escolhido é mais bonito e mais simbólico, mas os constrangimentos criados, na nossa opinião, não o justificam.
Na sua primeira intervenção em Portugal, Bento XVI foi peremptório: “Venho a Portugal como peregrino de Nossa Senhora de Fátima”. Um humilde peregrino. O Estado português quis ser mais papista que o Papa, e Portugal não pode dar-se ao luxo de certos ‘papismos’!
Editorial do Jornal da Mealhada de 12 de Maio de 2010
terça-feira, 11 de maio de 2010
[1015.] Marti dies
Avé Maria, de Schubert,
cantada por Dolores O'Riordan, vocalista dos Cranberries
Com este momento, associamo-nos à visita do Papa Bento XVI a Portugal
segunda-feira, 10 de maio de 2010
[1014.] Hoje...
Porque é preciso alertar para a necessidade de aumentar a investigação e o conhecimento público sobre a doença e os cuidados prestados aos doentes.
Porque é preciso que os doentes e os familiares que só recentemente sabem que são portadoras da doença saibam que não é o fim do mundo, que podem partilhar informações com muitos outros doentes e impedir que se cometam, ou deixem cometer, tantas barbaridades.
[1013.] Lunae dies
domingo, 9 de maio de 2010
[1012.] Solis dies
Nove de Maio é um dia especial para mim. É uma data de que gosto... manias! Há um ano, lançava a revista VIA - um sonho, que apesar das dificuldades e dos percalços não está abandonado. Para ontem, 8 de Maio, e durante muito tempo esteve marcado o casamento, outras dificuldades motivaram o adiamento.
Mas 9 de Maio é um dia expressivo. É um daqueles dias que os romanos diziam 'albo lapide notarem diem' (um dia para marcar com uma pedra branca - para não esquecer).
Só para me justificar aqui deixo algumas notas para justificar a afirmação... Umas mais prosaicas que outras... mas cá vai... sem esquecer que hoje, aqui no blogue é Solis Dies - dia de imagem em movimento!
9 de Maio, em Esperantina, no Brasil, é Dia do Orgasmo! Há, até, um decreto municipal que obriga à fruição da coisa no dia de hoje.
Ontem e hoje são dias assinalados pelas nações participantes na II Guerra Mundial como Dia da Vitória (para os que ganharam, naturalmente!)... assinalando o fim desta catástrofe humana em 1945. Franceses, ingleses, canadianos... checos e eslovacos... entre muitos outros assinalaram o dia ontem. Os russos assinalam-no hoje.
Hoje é Dia da Europa por ter sido em 9 de Maio de 1950 que o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Robert Schuman, desafiou as nações europeias a organizarem-se economicamente, como forma de manter a paz e a estabilidade. A sua intervenção ficou conhecida como Declaração Schuman e é, por muitos, considerada, como uma espécie de acto pré-fundacional do que é hoje a União Europeia.
Em 9 de Maio de 1386 era assinado o primeiro tratado internacional de amizade e cooperação - uma aliança, vá - entre duas nações soberanas. O documento ficou conhecido como o Tratado de Windsor e foi assinado pelo Rei de Portugal, D.João I, mestre de Avis, e pelo Duque de Lancaster, John de Gaunt. Daqui resultou, no ano seguinte, o casamento entre o monarca português e a filha do duque de Lancaster, Filipa. E deste casamento surgiu a mais frutifera e brilhante geração de politicos portugueses de onde distingo D.Duarte I, D.Pedro, duque de Coimbra, e o Infante D.Henrique, duque de Viseu.
Em 9 de Maio de 1605 foi publicada a primeira parte do livro do espanhol Miguel Cervantes - 'Dom Quixote de la Mancha' - as histórias do cavaleiro da triste figura.
Por ser Solis Dies deixo a 'treila' do filme 'Invictus', sobre a intervenção e a forma como Nelson Mandela usou um campeonato do mundo de raguebi para unir um país. A justificação prende-se com o facto de ter sido a 9 de Maio de 1994, precisamente, que o 'Madiba' se tornava no 10.º presidente da África do Sul.
sábado, 8 de maio de 2010
[1011.] Saturni dies
Peregrino
Pilgrim, how you journey
On the road you chose
To find out why the winds die
And where the stories go.
All days come from one day
That much you must know,
You cannot change what's over
But only where you go.
One way leads to diamonds,
One way leads to gold,
Another leads you only
To everything you're told.
In your heart you wonder
Which of these is true;
The road that leads to nowhere,
The road that leads to you.
Will you find the answer
In all you say and do?
Will you find the answer
In you?
Each heart is a pilgrim,
Each one wants to know
The reason why the winds die
And where the stories go.
Pilgrim, in your journey
You may travel far,
For pilgrim it's a long way
To find out who you are...
Pilgrim, it's a long way
To find out who you are...
Pilgrim, it's a long way
To find out who you are...
Enya
sexta-feira, 7 de maio de 2010
[1010.] Veneris dies
quinta-feira, 6 de maio de 2010
[1009.] Iovis dies
quarta-feira, 5 de maio de 2010
[1008.] Mercurii dies
Não estivemos, sempre, condenados a entendermo-nos?
Pedro Passos Coelho encontrou-se com José Sócrates, na semana passada, para lhe dizer que está disponível para ajudar na promoção de medidas que ajudem o país a salvar-se da ofensiva especulativa e do pânico criado à volta dos mercados mundiais. O primeiro-ministro teve a sabedoria de corresponder e dirigiu-se ao Presidente da República, solicitando-lhe novo encontro desta vez com o ministro de Estado e das Finanças, Teixeira dos Santos. Paulo Portas, líder do CDS, dirigiu-se, também, a Belém, para se encontrar com o presidente Cavaco Silva. Enquanto isso o líder do maior partido da oposição, o mesmo Passos Coelho, encontrava-se com antigos ministros das Finanças para debater medidas a tomar para apoiar o país. Antigos governantes estes que se encontrarão com o Chefe do Estado nos próximos dias. Foi preciso soarem todas as sinetas e alarmes, e a ameaça da necessidade de intervenção do FMI, para os governantes portugueses tomarem consciência de que têm de se entender? Um entendimento que tem de advir não de uma obrigação de promiscuidade politica entre pessoas que pensam de modo diferente e defendem diferentes modelos de desenvolvimento, mas por necessidade imperiosa da Nação.
Os ministros das Finanças dos vinte sete estados membros da União Europeia encontraram-se, em Bruxelas, para discutir os termos da ajuda à Grécia. Juntaram-se ao encontro os representantes do FMI e daí saiu entendimento para empréstimo de 110 mil milhões de euros aos helénicos. Ângela Merkel, a chanceler alemã, e Christine Lagarde, a ministra das Finanças francesa, quiseram garantias sérias da parte de George Papandreou, chefe do Governo grego. E do encontro resultou a convicção de que as instituições europeias têm de encontrar maneira de se tornar menos vulneráveis à incompetência dos políticos nacionais e à influência de especuladores dos mercados. Dão bons frutos, os encontros, em tempo de desespero?
Ao mesmo tempo, deste encontro, numa Europa desprovida de lideranças carismáticas, já se ouvem vozes de autoridade garantirem que “se nos casámos” é para sermos solidários até ao fim, na “saúde e na doença, na riqueza e na pobreza”. Em boa hora se lembra que se portugueses, espanhóis e gregos receberam fundos para a coesão europeia, alemães e franceses receberam vários milhões de novos compradores para os seus produtos. Numa família – e não é isso que querem que a União Europeia seja? – não se expulsam os filhos com maiores dificuldades. Também neste caso não nos resta alternativa se não o encontro e o entendimento…
Editorial do Jornal da Mealhada de 5 de Maio de 2010
terça-feira, 4 de maio de 2010
[1007.] A uma semana da vinda do Papa,
«(...) Desta sua visita a Portugal tenho ainda outro episódio para contar. O Padre Luís Kondor, grande entusiasta e apóstolo de Fátima e amigo pessoal do cardeal Raztinger, juntou-se à pequena comitiva [que acompanhava o Cardeal Ratzinger na sua viagem a Portugal]. Como sempre acontecia quando um cardeal vinha a Fátima, o Pe. Kondor organizava uma ida ao Carmelo de Coimbra, para um encontro com a Irmã Lúcia. Foi o que aconteceu também com o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.
No dia 14 de Outubro [de 1996] lá foram todos para Coimbra; e eu também, como jornalista, claro. Quando saíram do Carmelo, a visita a Coimbra incluía também uma breve passagem pela Biblioteca da Universidade. Foi então que, antes de entrar para o carro, o Pe. Kondor veio ter comigo e convidou-me para almoçar com eles nesse dia, no hotel do Buçaco.
Foi inesquecível. Éramos dez pessoas, sentadas à volta de uma mesa redonda. Ratzinger, sempre bem disposto, observava mais do que falava. Monsenhor Clemens, na altura seu secretário, gostava de fazer-nos rir com as suas histórias e o próprio cardeal também alinhou na conversa com uma anedota hilariante que envolvia um católico, um judeu e um muçulmano que chegavam ao céu e falavam com São Pedro... Ainda hoje me arrependo por não ter escrito a divertida história contada pelo “guardião da fé”.
Comeu pouco e não repetiu. Não me lembro se bebeu vinho. O que reparei, sim, foi nos doces que pediu. O criado de mesa trouxe um carrinho com várias especialidades portuguesas e ele escolheu os doces mais fortes, do tipo conventual. No final do almoço, perguntei a Mons. Clemens se o cardeal gostaria de receber daqueles doces em Roma. O secretário respondeu logo que sim. Então, por duas ou três vezes, nos anos seguintes, passei eu própria a levar-lhe uns docinhos de ovos portugueses, que entreguei sempre a Mons. Clemens, no Palácio do Santo Ofício.
Ser vaticanista com este Papa é uma nova aventura.»
A mesma Aura Miguel, a Rita Carvalho, jornalista do Diário de Notícias, voltou a narrar o assunto que foi reproduzida na reportagem «Os amigos portugueses de Bento XVI», publicada no jornal a 17 de Abril e que pode ler-se, na integra, AQUI.
«(...) No hotel do Buçaco, eram dez pessoas à mesa. E o futuro Papa não hesitou em deixar escapar um comentário jocoso à presença da jornalista. "Trocaram-se piadas religiosas que metiam infernos comunistas e capitalistas e crentes de outras religiões que chegavam ao céu. Mas o cardeal revelava-se discreto, austero na comida, e muito simples", lembra a repórter, longe de imaginar estar perante o futuro Papa e lamentando hoje não ter registado todos os pormenores "Eu limitava-me a ouvir e a sorrir." Na hora da sobremesa, quando chegou o carrinho dos doces, Ratzinger deu nas vistas, pois comeu de tudo um pouco. "Reparei nisso e perguntei ao seu secretário, monsenhor Clemens, se o cardeal gostaria de receber os doces em casa. Nas vezes seguintes que fui a Roma, levei-lhe umas caixas, que entreguei ao seu secretário."
Esse dia tão especial ficou registado para a posteridade numa fotografia ao lado de Ratzinger, exibida com orgulho na sua sala. "É o meu trunfo!", diz, rindo-se, e interrompendo o relato para chamar a atenção do pato que nada no lago que tem pela frente.
Cardeal Ratzinger e Aura Miguel na galeria exterior norte do Palace do Bussaco