Caminhar é desprendimento.
E desprendimento é des-apego. É desagarrar. É um soltar desinteressado, humilde, simples, quase de purificação.
E desprendimento é generosidade, é magnaminidade. É ser maior, por se fazer mais pequeno. É ser mais que a aparência, que o que se vê, para se ser sentindo.
E desprendimento é renuncia. É radicalidade, é acção, é pujança é querer ser como se tem que ser e não ser como impõem os cânones.
Se um estranho me testasse como Cristo testou Pedro e Tiago, que resposta daria eu? Viraria as costas e pensaria "É maluco"? Que outra motivação teria eu para pensar de outra maneira.
Nunca sabemos quando estamos a ser testados. Nunca sabemos o que é teste e o que é provação. Nunca somos verdadeiramente felizes até perder a felicidade que julgávamos não ter?
O Caminho também é assim. O Caminho doi mesmo quando não se pisa. Doi mesmo quando não há bolhas. Doi mesmo quando no conforto da casa vemos os peregrinos passarem à nossa porta, seja para sul seja para norte. E não fazer o caminho também pode ser um teste. Um teste que já falhámos à partida. Uma falha que é castigada, pela ausência de castigo e pela solidão.
O Caminho é uma solidão que doi mais quando não se vive.
Deixaram tudo e seguiram! E terão passado o teste?
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