sexta-feira, 1 de maio de 2015

[2066.] Dilemas do 1.º de Maio

α
O DILEMA DO PROLETARIADO
- Confesso que nunca tinha ouvido um sindicalista dizer que uma determinada greve é injustificada. Ouvi hoje, o líder da UGT a dizer que a greve dos pilotos da TAP é uma reivindicação egoísta, desajustada e contrária ao proletariado.
Mas, então ouvi o Arménio Carlos, da CGTP, na SIC Noticias a fazer um mortal encorpado à retaguarda com beijo no seu próprio fundo das costas quando a jornalista lhe perguntou qual era a opinião da central sindical. Não foi capaz de dizer que esta é uma greve estúpida de trabalhadores egoístas que estão a usar o que para ele é um meio sagrado para assegurar que passam a ser patrões.Falou, falou, falou... e não respondeu à pergunta.
Sindicalista sofre, ó camarada Arménio!

Ω
O DILEMA DO PATRONATO
- De manhã, dos 151 votos previstos a partir do Aeroporto de Lisboa, 118 levantaram voo.
Se dizem que é mau, que a greve dos senhores pilotos teve efeitos graves e nefastos à empresa, têm de demonstrar que 78,15% de voos realizados não é suficiente para a empresa ter um funcionamento normal e lucrativo.
Se dizem que é bom, que a greve dos senhores pilotos que exigem ter um quinhão e ser accionistas da empresa que estão a tentar levar à falência final e sem retorno não teve efeitos graves, então vão ter de assumir que não são eles a razão pela qual a TAP está completamente lixada e que dificilmente a vão conseguir privatizar.

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