Na revista Pública de 24 de julho de 2011, li uma entrevista de Frei Bento que revela um pouco da sua vida pessoal, do seu percurso desde criança - nascida no concelho de Terras de Bouro, nas fragas do Gerês - até aos tempos em que "padre rojo" ajudava os elementos das Brigadas Revolucionárias "debaixo da batina".
Gostava de saber mais da vida de Frei Bento e até fui à procura de informação sobre os Dominicanos em Portugal encontrei coisas interessantíssimas, uma delas relacionada com Luso, a vila da encosta do Bussaco. Mas teria preferido ler uma autobiografia do frade que nasceu Basílio.
Para além de figura pública, de cronista de jornais, Frei Bento é um homem da Igreja. "Uma pedra viva do Templo", que pensa pela sua própria cabeça. E Deus sabe como aprecio essas pessoas! Frei Bento é um bocado "rojo" e sabe Deus quantos inimigos na hierarquia não terá este dominicano... Mas é importante ver e viver numa Igreja que é uma casa de tantas opiniões e onde, mesmo podendo ser criticado, se pode dizer o que resultou do dom que Deus nos deu de pensarmos por nós próprios.
Da entrevista, destaco uma frase sobre a qual, nos dias de hoje, e nas nossas realidades mais comezinhas, fará sentido refletir:
«Gosta muito de rezar missa? [Pergunta Anabela Mota
Ribeiro].
Muito. [Responde Frei Bento Rodrigues] Não sou 'misseiro', mas gosto imenso de celebrar a Eucaristia, e com pessoas que também queiram. (Agora andam a dizer que os recasados devem ir à Eucaristia porque são católicos, mas que não devem comungar. Esta enormidade é chamar as pessoas para jantar, "e agora não comes". "É para que sintam que falharam a sua primeira aliança". Deixem esse jogo com Deus).
Há uma frase no Evangelho: "Vinde a mim, vós todos que andais aflitos, cansados, e eu vos aliviarei". Encontro na liturgia um lugar de alívio e de inquietação.»
Sem comentários:
Enviar um comentário