Ontem (12 de junho de 2012) foi um dia muito triste
para a História da Democracia Portuguesa, do Poder Local e do país
enquanto Nação soberana e independente. O assassinato de Maria de
Lurdes Sobreiro - a presidente da Junta de Freguesia de Segura, no
concelho de Idanha-a-Nova foi um assassinato político, feito por
razões políticas e por isso merece a nossa homenagem. Na minha
opinião, como Homem, como Democrata e como Português, não consigo
perceber as razões pelas quais não foi determinado que hoje fosse
Dia de Luto Nacional. Pelas mesmas razões, é, para mim,
incompreensível, que o Chefe do Estado não tenha tornado público o
eventual envio de condolências à população de Segura e aos
familiares de Maria de Lurdes Sobreiro e do marido. Espero que o
Presidente da República envie alguém em sua representação às
exéquias fúnebres.
Segundo informações divulgadas pela comunicação social, assentes no testemunho da população e dos seus colegas eleitos na freguesia, foi assassinada por ter - no âmbito das suas funções de defesa da população e do território - denunciado o gesto criminoso de um empreiteiro sem escrúpulos que faria descargas ilegais de entulho em áreas ambientalmente protegidas. Um criminoso sem escrúpulos que assassinou esta mulher e o seu marido (fica por saber o que teria acontecido se mais pessoas estivessem no edificio da Junta de Freguesia de Segura) porque foi denunciado.
Esta situação não terá paralelismo em Portugal. A única situação de que me lembro de crimes desta natureza - para além do assassinato de membros do Governo, em 1980 e do caso das FP25 de Abril - é do caso do candidato a uma junta de freguesia que assassinou a sua oponente às eleições.
Este é o resultado de uma alma tresloucada, mas que demonstra a fragilidade das pessoas que se tornam figuras públicas e destacadas nas suas comunidades pelo facto de se disponibilizarem a Servir o Bem-Comum e as Comunidades. E por isso, Lurdes Sobreiro merece o nosso respeito, o nosso luto e a nossa homenagem.
Que Descanse em Paz.
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1 comentário:
Obrigado pelas sua palavras...No meio de tanta tristeza a sua descrição ainda me deu algum alento. O filho...
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