Há pessoas que Deus coloca na nossa vida e que, por muito tempo que passe, não esquecemos, nem poderemos esquecer nunca. Na minha vida, uma dessas pessoas foi o professor Alberto de Melo.
A nossa primeira ligação entre nós surgiu, naturalmente, pela militância. Pela militância partidária em que representávamos os extremos geracionais mas a mesma convicção no ideal, o mesmo desejo de transformação, a mesma intransigência nos principios. Mas também a militância católica. O acreditar convictamente e sem medo das censuras.
A partir daí, estabelecido um primeiro laço, outros se criaram. O amor a África - ao Luso, no distrito do Moxico, em Angola, onde foi delegado escolar e professor de Portugalidade. O amor a Portugal, e a memória de tempos de militância na União Nacional e a Aliança Nacional Popular como quadro dirigente - desconfio que por causa disso, em democracia nunca aceitou ser candidato a coisa nenhuma no concelho da Mealhada... pudor? Fora chegou a ser eleito deputado da Nação. O amor à familia e a devoção que tinha à esposa, a Dona Vera Melo. O amor que tinha à sua comunidade e a dedicação que entregou à direcção da casa do Povo da Vacariça.
Um dia, um daqueles que passei na sua casa, a Casa de São Vicente, na Vacariça, mostrou-me um grosso volume onde estava a escrever as memórias para oferecer aos netos. A inveja que eu senti de não poder desfrutar também dessas memórias.
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O professor Alberto Melo faleceu há seis anos, a 22 de Setembro de 2002. Um dia triste. Paz à sua alma e uma homenagem à sua vida.
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Na cerimónia de inauguração da sede da Mealhada do PSD, na Rua Cerveira Lebre, no dia 28 de Novembro de 1992, o professor Alberto Melo, na qualidade de presidente da mesa do plenário da concelhia da Mealhada discursa dando as boas vindas aos ilustres convidados - Nunes Liberato, na altura secretário-geral do PSD e hoje Chefe da Casa Civil do presidente da República, Leonor Beleza, na altura vice-presidente da Assembleia da república e já com o estatuto de antiga Ministra da Saúde, Luís Marques Mendes, na altura Ministro Adjunto do Primeiro-Ministro, e ainda, Arlindo Cunha, na época Ministro da Agricultura, (Uma festança... dois ministros, o secretário-geral...). O professor Alberto tinha boa oratória e um apurado sentido de humor.
A foto é do Arquivo do Jornal da Mealhada
Fica a homenagem.
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A propósito desta fotografia e deste dia...
Eu era garoto, tinha treze anos, e nem tinha sequer grandes afinidades ao PSD, mas neste dia andava por ali, fui à inauguração com o meu Avô António, quer era tesoureiro da Comissão Política Concelhia da Mealhada. A ideia que guardo deste dia foi, no entanto, do Paulo Carvalheira que no seu jeito destrambelhado me fazia sempre grande festa e quem eu acompanhava, com o Calinas, para espalhar papeis para o Carnaval. E lembro-me do Paulo porque foi a ultima vez que o vi... porque três dias depois, a 2 de Dezembro, acabria por falecer.
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