domingo, 8 de novembro de 2009

[883.] Gemidos de Moleskine

O tempo é pouco e os apontamentos vão-se acumulando no Moleskine que, coitado, vai gemendo de sofrimento...

Aqui ficam algumas notas...

BRUNO COIMBRA é candidato à Comissão Politica Distrital da JSD. Está ele de parabéns e está a própria JSD distrital de parabéns. Sou um bocado suspeito para falar do Bruno Coimbra. Sem falsas modéstias posso gabar-me de a ficha de militante dele ter sido apresentada comigo como proponente e a ida dele para a distrital foi feita por meu intermédio. Considero que só por isso já terá valido a pena ser militante da JSD durante onze anos. Faço votos de que ele ganhe - apoiarei em tudo o que precisar - e sinto que as suas capacidades humanas e políticas, ao serviço do distrito serão, para todos uma mais-valia. Parabéns e Força Bruno!

PASSOS COELHO vs. MARCELO é um duelo improvável. Acho eu. Mas considero uma desonestidade que prova bem o estado de coisas no PSD nacional o facto de os manelistas - ou cavaquistas ou lá o que são - acusarem Pedro Passos Coelho de não ter ajudado na campanha eleitoral legislativa depois de terem retirado o seu nome da lista por Vila Real conforme constava da lista apresentada pela comissão politica distrital. É preciso ter lata. Assim como é preciso estar desesperado para não perceberem que estão a entrar em contradição quando, na mesma frase, dizem que PPC não tem uma proposta/postura ideológica e que é demasiado liberal.

Ainda PEDRO PASSOS COELHO. Na SIC Noticias, há umas semanas, PPC apresenta duas ideias que me parecem muito interessantes - para o PSD nacional, mas para alguns militantes do PSD Mealhada, também. "Há diferenças entre UNIÃO e UNIDADE" - veja-se o exemplo do PS Mealhada. "As oposições também perdem eleições" - e mais não digo se não acusam-me de estar sempre a massacrar os mesmos que agora até estão (aparentemente) afastados.

O CAIM do Saramago não é tão mau como o pintaram. Foi mais a publicidade feita em redor do livro com os golpes publicitários do velho ancião ibérico do que o seu conteúdo. É claro que há livros na Biblia que têm horrores, sangue, violência, ódio, incesto, e muitos milhentos crimes... Curiosamente o Nobel só fala de um livro, o Génesis, e não dos outros sessenta e tal. Saramago apaixonou-se pelo sinal na testa de Caim... se quiser tratar mal Deus eu acho que ele falaria antes de JOB, que me parece ter muito mais razão de queixa. Como católico não me senti ofendido por Saramago - até porque só me ofende quem eu deixo - que se mostra muito corajoso neste seu livro mas nem por isso deixou de grafar todos os nomes próprios do livro em letras minusculas... Todos os nomes... e não apenas o de Deus.

ANTÓNIO JOSÉ DE ALMEIDA é o mais ilustre penacovense de que há memória. O sexto presidente da República Portuguesa e o mais competente (ficaria em ex aequo com Sidónio Pais) morreu oitenta anos antes de Humberto Oliveira tomar posse como presidente da Câmara de Penacova depois de uma eleição histórica na Pérola do Mondego. Coincidências estranhas que o futuro comentará.

Depois da Checa fazer a chantagenzinha da praxe, está terminado o processo de ratificação do TRATADO DE LISBOA. Em Portugal (e em França também, por exemplo) vergonhosamente e sem referendo. Até poderia ter orgulhoso, mas não estou. Custa-me compactuar com MEDROSOS (ou se quiserem com MERDOSOS, que as letras são as mesmas!)

Até 11 de Novembro - Dia do Armísticio da WWI, em 1918, -, e desde o primeiro dia do mês, o fio dos dias leva uma papoila vermelha na lapela. Aqui não se esquece a memória dos que perderam a vida na Flandres.

2 comentários:

António Neves disse...

Nuno!
Antes de mais, quero dizer-lhe que ansião, não é sinónimo de velho; antigo; homem de idade provecta, mas sim o nome de uma localidade do Distrito de Leiria.
E sobre Caim de Saramago, não concordo consigo quando diz que o livro necessita ser publicitado.
Cumprimentos.

Nuno Castela Canilho disse...

O erro já está corrigido. Peço desculpa pelo sucedido e agradeço o reparo (bem humorado).

Quanto ao resto, eu não disse que o livro necessitaria de ser publicitado. Parece-me que o tom profundamente provocatório de Saramago não foi mais do que um golpe publicitário - de que ele não necessitaria, compreenda-se. Mas também lhe digo que a comparação de vendas entre o Caim e a Viagem do Elefante, ou dos ultimos Cadernos é abissal... A publicidade pode não ser precisa, mas mal não faz!