segunda-feira, 16 de maio de 2011

[1390.] Lunae dies... na Queima das Fitas



Fui bom estudante em Coimbra.

Fui veterano com nove garbosas matrículas de que, naturalmente, não me orgulho! Nove matrículas em Direito que ainda me permitiram desfazer duas trupes... e poucas mais benesses me trouxeram. Trouxeram-me muita frustração e muita angustia e a lembrança de tempos muito dificeis!


Estive para colocar aqui estas fotografias há uns dias... a 7 de maio de preferência. Mas não deu.


A 7 de maio de 1998, ao bater das badaladas e aos primeiros sons da Serenata, ao fundo da Rua da Ilha, os meus barrascos irmãos de casa (não eramos ainda uma República auto-proclamada) traçaram-me a capa pela primeira vez, fazendo de mim um doutor e tirando-me da condição de caloiro. Antes do anoitecer da véspera, e quando já de capa e batina nos preparávamos para ir jantar à Pizzaria do André (na Rua de Salamanca) com as meninas de Farmácia, na varanda para não ser debaixo de telha, ainda levei nas unhas e duas tesouradas para uma uma mecha de cabelo, que se guardou numa antiga caixa de preservativos.

Fui um caloiro protegido e acarinhado. Da praxe não guardo muito mais penas para além das de fazer declarações de amor a raparigas bonitas - nunca tive de mentir muito - e parece que era bom no oficio - e levar tabuleiros à copa das amarelas. Ainda passei por semi-puto numa trupe que me alcançou com os companheiros de palermice... mas nunca sofri no pelo!


Quatro anos depois - já com um chumbo no currículo, cinco matrículas mas a frequentar o quarto ano - decidi fazer o desfile dos quartanistas com uma malta que se foi tornando amiga. O Mauro Carpinteiro era o único rapaz amigo num carro - BUSius, porque podia ser um autocarro - onde masculinos eramos só quatro, o resto era tudo mulheres. Uma delas muito especial, a Inês, com quem oito anos, um mês e cinco dias depois eu viria a contrair matrimónio! Queimámos o grelo e pusemos fitas a 7 de maio de 2002. Dia memorável... em que muita coisa podia ter acontecido... mas não aconteceu... estava escrito!


Desse dia lembro o rosto e a alegria do meu avô António.

Acho que nunca mais o vi tão feliz!


Dia memorável!


____________________________

Sem comentários: