quarta-feira, 20 de março de 2013

[1593.] O Verdadeiro Poder... é o Serviço!

«Não esqueçamos jamais que o verdadeiro poder é o serviço»

Na sua homilia na Missa de inicio do seu Ministério Petrino, na terça-feira, 19 de março, o Papa Francisco, apresentou, uma vez mais, palavras de grande simplicidade, mas de uma profundidade atordoante. Aconselho a todos a leitura ponderada e demorada das palavras do 266.º Pontifice Romano - AQUI, por exemplo, ou através deste video.



Sublinhava, no entanto, três notas essenciais:

1. Sejamos Guardiões.
"Guardemos Cristo na nossa vida, para guardar os outros, para  guardar a criação!" - é o desafio lançado pelo Papa é o de sermos guardiões da Criação: "uma dimensão antecedente, que é simplesmente humana e diz respeito a todos: é a de guardar a criação inteira, a beleza da criação, como se diz no livro de Génesis e nos mostrou São Francisco de Assis: é ter respeito por toda a criatura de Deus e pelo ambiente onde vivemos. É guardar as pessoas, cuidar carinhosamente de todas elas e cada uma, especialmente das crianças, dos idosos, daqueles que são mais frágeis e que muitas vezes estão na periferia do nosso coração. É cuidar uns dos outros na família: os esposos guardam-se reciprocamente, depois, como pais, cuidam dos filhos, e, com o passar do tempo, os próprios filhos tornam-se guardiões dos pais. É viver com sinceridade as amizades, que são um mútuo guardar-se na intimidade, no respeito e no bem. Fundamentalmente tudo está confiado à guarda do homem, e é uma responsabilidade que nos diz respeito a todos. Sede guardiões dos dons de Deus!" (a partir do minuto 5:50 deste vídeo)

O Papa pede ao Homem que se ame a si próprio (amando os outros) e à sua condição de criatura de um ecossistema que precisa de ser preservado.

2.  O Verdadeiro Poder é o Serviço.
O Papa centra o Poder na visão cristã do lava-pés da Ultima Ceia, em que para se ser maior tem de se ser servo dos outros. «Hoje, juntamente com a festa de São José, celebramos o início do ministério do novo Bispo de Roma, Sucessor de Pedro, que inclui também um poder. É certo que Jesus Cristo deu um poder a Pedro, mas de que poder se trata? À tríplice pergunta de Jesus a Pedro sobre o amor, segue-se o tríplice convite: apascenta os meus cordeiros, apascenta as minhas ovelhas. Não esqueçamos jamais que o verdadeiro poder é o serviço, e que o próprio Papa, para exercer o poder, deve entrar sempre mais naquele serviço que tem o seu vértice luminoso na Cruz; deve olhar para o serviço humilde, concreto, rico de fé, de São José e, como ele, abrir os braços para guardar todo o Povo de Deus e acolher, com afecto e ternura, a humanidade inteira, especialmente os mais pobres, os mais fracos, os mais pequeninos, aqueles que Mateus descreve no Juízo final sobre a caridade: quem tem fome, sede, é estrangeiro, está nu, doente, na prisão (cf. Mt 25, 31-46). Apenas aqueles que servem com amor são capazes de proteger.» (a partir do minuto 10:50 deste vídeo)

3. Com uma esperança, para além do que se podia esperar!
O Papa fala de Esperança. E explica: «Também hoje, perante tantos pedaços de céu cinzento, há necessidade de ver a luz da esperança e de darmos nós mesmos esperança. Guardar a criação, cada homem e cada mulher, com um olhar de ternura e amor, é abrir o horizonte da esperança, é abrir um rasgo de luz no meio de tantas nuvens, é levar o calor da esperança! E, para o crente, para nós cristãos, como Abraão, como São José, a esperança que levamos tem o horizonte de Deus que nos foi aberto em Cristo, está fundada sobre a rocha que é Deus.» (a partir do minuto 12:52 deste vídeo)



E a síntese da intervenção do Papa surge, em climax, na identificando a missão do seu pontificado: «Guardar Jesus com Maria, guardar a criação inteira, guardar toda a pessoa, especialmente a mais pobre, guardarmo-nos a nós mesmos: eis um serviço que o Bispo de Roma está chamado a cumprir, mas para o qual todos nós estamos chamados, fazendo resplandecer a estrela da esperança: Guardemos com amor aquilo que Deus nos deu!» (a partir do minuto 13:43 deste vídeo)

O Papa apresentou o programa do seu pontificado e só me passa pela ideia lembrar o lema inscrito no brasão de Francisco: “miserando atque eligendo” - “olhou-o com misericórdia e escolheu-o”.  Não há dúvidas que o Espírito Santo olhou para nós, com misericórdia, e escolheu Francisco para nos ajudar.

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