domingo, 15 de fevereiro de 2015

[1985.] Dia vencido – 15.II.2015

α
Carnaval I – Entrei neste desafio de integrar a direcção da Associação do Carnaval da Bairrada por dois motivos: Coerência e Solidariedade. Por Coerência com o que tinha dito, escrito, criticado, suspirado e elogiado relativamente a um evento central na cultura e na identidade da comunidade onde habito. E por Solidariedade com um conjunto de amigos que foram solidários comigo noutras guerras, com quem gosto de trabalhar e por quem nutro grande amizade. Em dias como hoje, especialmente antes de as coisas correrem (bem ou mal) pergunto-me porquê dar-me ao trabalho de perder energias, tempo e paciência com isto, podendo estar de fora e continuar a criticar a meu bel-prazer. Lembro-me, logo a seguir, que devo.

β
Carnaval II
– Não é fácil decidir. Também não é fácil ser mandado. Especialmente quando se passa anos e anos a ser mal-mandado. Não acreditamos, naturalmente, na voz do comando. Se ele diz 'sim', pode ser 'sim', mas também pode vir a ser 'talvez', 'não' ou 'se calhar'... “Se soubesses o que custa mandar, obedecias toda a vida”... O meu padrinho Rui diz que eu não sei ser mandado... Talvez seja verdade, por muito que me custe reconhecê-lo... E hoje reconheço, também, que me custa muito lidar com quem não sabe ser mandado...

γ
Carnaval III – O pano cai e o público ovaciona. Há elogios. Serão verdadeiros? Nos lábios persiste a adrenalina, vale a doce fartura – o melhor do Carnaval na Mealhada – para esconder o ácido... O trabalho está feito, venham as críticas... Sim, as criticas: Só essas é que nos fazem crescer!

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