O 10 de Junho e os veteranos
O discurso mais marcante do último 10 de Junho – no que às comemorações oficiais promovidas pela presidência da República diz respeito – foi, na nossa opinião, o do presidente da comissão organizadora, o sociólogo, académico e antigo político, António Barreto. O autor do extraordinário trabalho ‘Portugal, um Retrato Social’ abordou uma temática que consideramos importante e do foro patriótico: O respeito que o Estado e a Nação devem aos seus veteranos de guerra.
O discurso mais marcante do último 10 de Junho – no que às comemorações oficiais promovidas pela presidência da República diz respeito – foi, na nossa opinião, o do presidente da comissão organizadora, o sociólogo, académico e antigo político, António Barreto. O autor do extraordinário trabalho ‘Portugal, um Retrato Social’ abordou uma temática que consideramos importante e do foro patriótico: O respeito que o Estado e a Nação devem aos seus veteranos de guerra.
Já por várias vezes falámos no assunto neste espaço. Trata-se de uma questão de respeito pelos que se sacrificaram pelo Estado – sem o discutir ou com ele concordar –, pelos que, em nome desse mesmo Estado, representaram Portugal em responsabilidades limite para o género humano, a de matar e de sobreviver. “Há sempre um vínculo, invisível seja ele, que o liga aos outros, à comunidade local ou nacional, ao Estado. É sempre em nome dessa comunidade que o soldado combate”, afirmou António Barreto no discurso que elogiamos.
Pela primeira vez na história da democracia portuguesa, os veteranos de guerra portugueses participaram – e abriram – o desfile militar das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas de 2010. Foi um gesto da presidência da República que ganha sentido com o discurso de António Barreto. “São antigos combatentes. São Veteranos. São soldados que cumpriram os seus deveres e que, com excepção dos que tenham moralmente abusado das suas funções, merecem a nossa homenagem. Não há lugar, não deve haver lugar para diferenças entre esses Veteranos. Não há Veteranos melhores ou piores do que outros. Não há Veteranos que mereçam aplauso e Veteranos a quem se reserve o esquecimento. Não há Veteranos ou Antigos Combatentes fascistas ou democráticos, socialistas ou comunistas, reaccionários ou revolucionários. Não há Veteranos de antes ou de depois do 25 de Abril. Não há Antigos Combatentes milicianos ou de carreira ou contratados. Há Veteranos e Antigos Combatentes, ponto final! É o que nós lhes devemos”, afirmou António Barreto no discurso que proferiu, perante o Chefe de Estado, enquanto presidente da comissão organizadora das comemorações.
E António Barreto tem razão. E quando comparamos as formas como ingleses, americanos e franceses, por exemplo, acarinham os seus veteranos de guerra – em Inglaterra as pessoas usam uma papoila na lapela de 1 a 11 de Novembro de cada ano em sua homenagem, por exemplo – somos obrigados a reconhecer que muito há, ainda por fazer para que justiça seja feita.
Editorial do Jornal da Mealhada de 16 de Junho de 2010
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